quarta-feira, 30 de julho de 2025

Criar Jogos: notas pessoais sobre meus preceitos de criação de jogos

Uma das características mais requeridas em qualquer área de conhecimento e trabalho é a criatividade. Pessoas criativas tendem a resolver problemas e contribuir para o desenvolvimento na área que aplicam tal competência.

Em jogos não é diferente — especialmente os jogos de mesa conhecidos como RPG. Não se trata de reinventar a roda, mas abrir-se para um horizonte capaz de abraçar as boas ideias. Portanto, não é preciso ser necessariamente um mestre da inovação.

Pensar um jogo a partir disso requer uma virada de chave. Significa, muitas vezes, readaptar planos, abandonar o que havia sido pensado como uma boa solução e compreender — seja como jogador ou autor de jogos — que resolver um desafio lúdico requer sensibilidade e humildade. Nesse sentido, às vezes, é preciso dar um passo para trás para seguir dois para frente…

É preciso jogar e pensar para fazer jogos melhores. Pensar de um jeito específico, apropriando-se do mundo ao seu redor e, a partir daí, sintetizando as coisas de maneira diferente. Por um lado, trata-se, de fato, de copiar o que funciona; por outro, de garantir que a mistura de diversas cópias no produto final se seja algo autoral.

Na minha caminhada, alguns passos me ajudam a colocar isso em prática — e eu gostaria de detalhar um pouco sobre eles.

Perguntas & Perguntas

Criatividade e curiosidade andam juntas. Então, seja lendo, seja conversando com outros criadores: pergunte. Claro, tudo tem um limite — seja respeitoso. Busque refletir sobre os procedimentos, partilhe suas próprias abordagens e discuta sobre as possibilidades para resolver os desafios que você está propondo ao seu jogo.

Valorize o Senso Comum

Como as ciências humanas atestam, o senso comum é um conhecimento voltado à prática — à resolução de problemas via experiência. Para um jogo, uma boa maneira de usar a criatividade como ferramenta é apreender como problemas e soluções são construídos em outros jogos e brincadeiras, percebendo suas potencialidades e limites.

Se, num primeiro momento, o esforço é discutir as abordagens e escolhas dos autores, aqui a ideia é pensar em como a experiência mecânica ou de design de um jogo se comporta na experiência de jogar — especialmente na sua. Por vezes, o que procuramos está registrado nas vivências acumuladas no estoque de conhecimento da nossa sociedade. Só precisamos nos permitir ser afetados por isso.

Recursos, Registros e Espaços

Por fim, é sempre bom lembrar que boas ideias dependem de recursos — os quais formam um repertório sempre possível de ser consultado. Além disso, cultivar espaços onde ideias possam ser registradas e discutidas e registrar o processo são elementos fundamentais para entendermos nosso progresso.

Sendo assim, consuma jogos diversos, registre seus avanços e criações, e apresente suas ideias e produções em ambientes acolhedores, junto de outras pessoas que também estejam trilhando o mesmo caminho. Apoio criativo e senso de continuidade são ingredientes muito importantes para a perseverança — seja qual for a atividade em que você está envolvido.


Por hoje é só!


Esse post deve muito ao post atual do blog Pontos de Experiência do Diogo Nogueira. Você pode lê-lo aqui: http://www.pontosdeexperiencia.com.br/2025/07/faca-seu-rpg-d1-pagina-parte-i.html

Alguns dos princípios que eu tomo para minha vida eu encontrei na obra do Austin Kleon, que você achar aqui: https://www.amazon.com.br/austin_kleon

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