quarta-feira, 27 de abril de 2011

E Quando o Grupo se Resume a um Jogador?

Olá leitores e leitoras do blog hoje eu vim trazer para vocês uma pequena reflexão sobre um assunto interessante, falo sobre a inexistência do grupo de RPG, mas a persistência de um narrador em contar histórias e o heroísmo de um único jogador que atende a tal chamado, ou seja, os lobos solitários que não tem nada para fazer além de rolar dados.
Bem, brincadeiras a parte todos nós sabemos como na atualidade manter uma regularidade nas sessões está difícil vemos que o caos do mundo impera nas vidas tornando-as fluidas e impossíveis de manter uma regularidade desejavel principalmente naquilo que consiste em nosso lazer.
Levando isso em conta os grupos de RPG enfrentam um inimigo invisivel e quase imbativel que não permite a reunião de todos os membros em um local e horário comum, este inimigo chama-se tempo, assim ao menos o que ocorre comigo é a existencia de um horário comum apenas com um jogador ou dois, o que por muitas vezes frustra e causa desinteresse pelo jogo.
Entretanto isso não precisa ser assim, pois duas mentes podem sim imaginar um bom jogo, contudo tal campanha será regida por princípios diferentes daqueles que uma narrativa com diversas pessoas terá.
Existe primeiramente dois caminhos a serem seguidos diante de tal problema, o primeiro trata da possibilidade do unico jogador controlar um grupo de personagens, o segundo é a possibilidade do jogador interpretar apenas um personagem, então vamos discorrer um pouco sobre tais caminhos.
O primeiro nos leva a ideia do preenchimento das funções necessárias no combate, a possibilidade de manutenção do conflito de acordo com as regras e consequentemente a economia de neuronios do narrador para certas adaptações em relação a grupos de encontro tesouros e desafios,entretanto existem desvantagens bem fortes, expressadas no parágrafo anterior pelo uso da palavra controlar. Quando o jogador tem em mãos mais de um personagens ele geralmente não conseguirá interpretar todos, ele apenas conseguirá de cada um o mínimo que oferecem,ou seja, suas habilidades épicas, outro problema é a possibilidade da existência de um dialogo entre os personagens controlados pelo jogador, tal dialogo dificilmente será interpretado, pela razão de que se tornará massante e tedioso para a maioria dos mestres ser apenas platéia.
No segundo caminho temos também vantagens e desvantagens, como vantagens podemos ter uma interpretação mais densa e uma campanha cheia de interpretação, o mestre pode explorar elementos da biografia do personagem que talvez não fossem bem usados em uma campanha habitual, neste sentido o jogo que assemelhará muito a histórias que temos um único protagonista e que os outros personagens são apenas ajudantes e auxiliares, que trabalham para o desenvolvimento da história desse personagem principal.
Mas, nem só de rosas é composto esse jardim existem muitos espinhos também. Jogos mais individualizados apresentam uma responsabilidade maior para o mestre, pois este deve adaptar as regras a nova configuração, ele também vai ter que ponderar sobre certas situações, as vezes tendo que dá aquela ajudinha para o jogador resolver o enigma ou escapar da armadilha, além disso, podemos encontrar um problema bem parecido com o apresentado no primeiro caminho, trata-se de quando o mestre interpreta dois pdms ao mesmo tempo deixando o jogador como platéia, situação essa muito desagradável e que põe em risco todo o jogo.
Para finalizar deixo o relato da minha experiência. Já joguei das duas formas inumeras vezes e o que posso falar é que ambas podem ser divertidas de acordo com a proposta que estiver sendo pensada, no entanto deve-se haver muito cuidado para não se deixar o jogo monótono e sem graça, afinal essa não é a intenção, infelizmente não existe formula mágica para tal coisa, entretanto acho que um primeiro passo é sempre ter consciencia que este tipo de jogo deve sempre ser jogador a dois e que por isso devem integrar sempre jogador e mestre em todas as situações.
Bem é isso mas agora me digam o que vocês acham sobre o assunto?   

6 comentários:

  1. O tempo é um grande inimigo... Por isso que surge tantas mesas nos horarios de madrugada. Fora que infelizmente as posterioridades não estão dabendo que é rpg de mesa.

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  2. Belo post, ótimo assunto!

    Concordo com quase tudo... (segue minha opinião)

    Primeiramente a questão do TEMPO; muitos reclamam da falta de tempo, porém vejo na verdade "uma muleta" ou desculpa usada por muitos para justificar a falta de comprometimento e paciência.

    Vou utilizar um exemplo clássico, os meus amados jogos eletrônicos, eles são fantásticos nos quesitos diversão e comodidade (o indivíduo pode jogar quando e como quiser), porém são pobres nos quesitos imaginação e interação social (mesmo os on-line MMORPG). Outros exemplos como ir ao bar, balada, jogar qualquer outro jogo (cartas, dominó, bilhar...) só demonstram que RPG é um hobby para poucos, digo isso por encontrar no D&D (RPG) uma diversão que na verdade é um treino de meu comportamento social.

    Tópicos como liderança, elaborar táticas e resolver conflitos de várias origens nos servem de treino para nossas vidas fora da mesa de jogo.

    O D&D é o conjunto de inúmeras situações, passadas por um pequeno grupo, onde se faz necessário a resolução de problemas. Encontramos isso todos os dias em nossos empregos, faculdades, nas ruas... e justamente por isso vejo muitas pessoas preferindo uma interação social mais superficial, ou trocar a difícil cooperação pela simples competição.

    Todo mundo tem tempo para uma cerveja, uma "pelada" (futebol :P), um poker, mas para o RPG são poucos os indivíduos (Ah.. por experiência própria; de 6 a 12 encontros anuais são mais do que suficientes)

    Agora sobre jogos com apenas um jogador; vejo essa situação como uma adaptação, que dependerá da competência de ambos (Narrador e Jogador). Minhas experiências demonstram que o ideal na questão, número de players, é a variação de 2 a 6 jogadores, qualquer coisa fora disso prejudicará o fator mais importante (minha opinião): a interação social (ou cooperação).

    Talvez a famigerada narração compartilhada seja a melhor solução nesse caso.

    até +

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  3. Ultimamente tenho passado por essa situação. Venho mestrando para apenas UM jogador e estou aprendendo muito com isso.

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  4. Acho que isso acontece com a maioria dos que se apegam ao hobby. Acredito que existe algum processo como a "seleção natural" de Charles Darwin, que faz com que apenas os mais fortes e aptos sobrevivam ao tempo, faculdade, família, namoro, casamento, etc.

    Enfim, algumas vezes eu jogo mesa de um jogador, as vazes de mais, pois é meu hobby favorito e quando o tempo aperta eu prefiro desistir da pelada ou da cerveja e me reunir com bons amigos e contarmos algumas boas histórias... o contrário do que os "jogadores" comentados pelo DM fazem..

    Mas cada um é cada um..

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