quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Colaboração d'O Bardo - Balance os paradigmas

Aquela velha cena: “Vocês se deparam com um felino grande com dois tentáculos saindo das costas” e o jogador que usa o bárbaro inculto salta “É uma pantera deslocadora! Ela está, na realidade, a um metro de distância de onde vemos!”. Mas não falarei sobre as responsabilidades de interpretação dos jogadores. Hoje, a sugestão é quebrar paradigmas, balançar as estruturas e deixar o jogador inseguro com a pilha de livros que ele devorou para não ser pego de surpresa.

O que exatamente eu quero dizer com quebrar paradigmas? Sem tirar nem pôr: mudar o que todos já sabem. Esta é a lei nesta postagem. Isto pode ser feito de modo mais radical ou mais sutil, mesmo a mídia vem fazendo isso nas séries, filmes, literatura e quadrinhos que vemos todos os dias. O exemplo mais notável é o do vampiro:

O Vampiro clássico
Uma criatura sombria da noite, humanoide que se alimenta de sangue. Ele é afugentado por símbolos religiosos e é destruído com a luz do sol ou estacas cravadas em seu coração. Pelo menos é isso que seus jogadores vão esperar quando encontrarem um deles.

O Vampiro e True Blood
Neste seriado da HBO os vampiros não tem nenhuma fraqueza em relação às típicas armas religiosas. Assim como o clássico, não pode entrar na casa de um humano sem serem convidados. Mas eles são fracos contra prata, coisa nova, além de que são mais humanos que o normal. Eles parecem dependentes de orgias de sangue e sexo.

O Vampiro de 30 Dias de Noite
Se tem algo que estes não são é humanos. O vampirismo aqui é um vírus que passa quando alguém serve de alimento e não é morto em seguida. Eles são pálidos e têm todos os dentes afiados e se comunicam com uma espécie de silvo animalesco. Podem ser mortos com um belo tiro na cabeça ou com decapitação e, claro, com luz solar.

O Vampiro de Crepúsculo
Este vampiro não morre no sol, mas sim vira purpurina. Sua maior força é serem amados por uma legião de adolescentes puritanas ou ingênuas o suficiente para entender do que a série se trata.

O Vampiro de Drácula
Mesmo Bram Stoker não criou um vampiro como conhecemos. O Drácula era alguém extremamente frio e calculista, que tinha para com os humanos a única relação com algum sentido: humanos são alimento e ponto. Este, ao contrário do que se pensa, não morria à luz solar, mas sim entrava em uma espécie de catatonia, que o impedia de se mover livremente.

O Vampiro de Padre
Nem humanos estes são. A coisa mais próxima da aparência deles é um dos alienígenas do desenho Bem 10. Matam humanos, pegam alguns como servos e são resistentes a todas as armas exceto o sol.

O que eu quero demonstrar com toda essa conversa de vampiros? Que podemos mudar as criaturas. Exemplifiquei desta forma, mas poderia ser diferente. Aquela criatura enorme com asas e escamas vermelhas cuspindo fogo pode perfeitamente ser uma wyvern e não um dragão, como seus jogadores provavelmente vão inferir. A ideia é fazer com que seus jogadores entendam que nem tudo é como parece e como está nos livros. Pegue aquele grupo de goblins, que normalmente seria insignificante, e transforme-os em peritos em artes marciais, surpreendendo a todos.

Não esqueçam de acessar As Crônicas do Bardo Acorde!

5 comentários:

  1. Adorei o comentário sobre os vampiros de crapusculo =D

    ResponderExcluir
  2. vampiro atualmente é coisa que dá pano pra manga... aliás, esses supostos "vampiros" do filme 30 dias de noite foi uma tentativa frustrada de cruzar os zumbis da umbrella corporation com os vampiros de anjos da noite..huaheuhae

    ResponderExcluir
  3. Bem, realmente não.

    De acordo a mitologia de 30 DdN, ouve uma grande embarcação viking que ancorou no alasca muitos anos atrás. Eles se canibalizaram devido a falta de comida e com isso tornaram-se aberrações.

    Eu curto muito os vampiros do 30DdN pois eles lembram zumbi (velocidade de "despertar) com um toque vampirésco à la Sabbat de Vampiro A Máscara.

    As HQ's podem ser contradas na net.

    ResponderExcluir
  4. Os vampiros do 30 dias são interessantes pois inovam (pelo menos em termos de cinema) sem abandonar os paradigmas. Tem coisa bem mais braba que eu nem citei...

    ResponderExcluir