Olá novamente! Meu post de hoje pretende falar um pouco sobre a dificuldade de narrar entre eventos épicos e famosos de um determinado cenário e como nós podemos contornar tal situação, como principal exemplo eu usarei o meu cenário predileto e um dos mais difíceis de serem narrados, falo de o Senhor dos Anéis.
O grande problema de campanhas que se passam entre, durante ou depois de grandes histórias é a sensação de que a maior de todas as histórias já aconteceu, ou seja, a linha do tempo e os maiores eventos do cenário não são de fato protagonizados pelos jogadores, mas sim por personagens descritos em literaturas, filmes ou qualquer outra coisa do tipo.
Vejamos isso exemplificando com o Senhor dos Anéis, nesta obra todas as grandes histórias aparentemente já foram contadas e a grande história do universo, está sendo vivida por Frodo e companhia, o que aparentemente não dá espaço para mais nenhuma história épica.
Contudo, as coisas podem ser um pouco diferentes se nos colocarmos para pensar e abandonarmos os dogmas e a ortodoxia que como fã podemos ter, desenvolvendo essa ideia cheguei a algumas propostas e a partir de agora apresentarei elas a vocês que me leem.
A Primeira Proposta
A minha primeira ideia seria narrar em um tempo muito longínquo daquele apresentado como o presente, no caso de Senhor dos Anéis, seria como narrar no início da segunda era, permitindo que os jogadores sejam grandes heróis de eventos importantíssimos, mas que o tempo apagou da memória dos grandes sábios.
A vantagem desse método é que os jogadores poderão participar de fato da história, as coisas do presenta só são do jeito que são graças, ao menos e parte, das atitudes deles e da forma com que eles enfrentaram os desafios que o destino apresentou a sua grande bravura.
A desvantagem é que mesmo com o espaço temporal existe ainda um vínculo forte com a cronologia original o que pode trazer para alguns aquela sensação de prisão, outra desvantagem é a dificuldade que outros têm de narrar em períodos de pouca informação ou de um passado muito distante e "ferir" o clima do cenário.
A Segunda Proposta
Existe também a possibilidade de narrar muitos anos a frente do presente apresentado pela obra, nesta perspectiva as páginas que se seguem estão em branco e de fato o narrador e o grupo podem viver aventuras de grande impacto no mundo do jogo.
A vantagem dessa perspectiva é a heterodoxia apresentada por ela, nada impede que narrador e jogadores mudem a geografia, adicionem novos inimigos, novas raças e novos poderes ao jogo, afinal tudo que ficou no passado passou e o futuro do cenário é completamente decidido por aqueles que contam a história durante o jogo.
A desvantagem que se tem é primeiramente a falta de direcionamento e o perigo de se perder o feelling do cenário, o que pode causar um desequilíbrio e transformar tudo em um circo, outra desvantagem é que a maioria dos jogadores que jogam um cenário como Senhor dos Anéis gostaria de jogar no período que a história principal ocorre ou ao menos das suas causas.
Terceira Proposta
Esta é a mais tradicional, mas que sempre é bom falar, trata-se da proposta resumida na frase "Não é porque não está escrito em tal livro que outro épico nunca aconteceu durante o maior evento". O que nos leva a conclusão de que pode-se falar de um épico durante o épico, por exemplo vamos usar novamente Senhor dos Anéis, já imaginaram se enquanto Frodo caminhava para destruir o Um Anel Sauron estivesse reunindo outros poderosos artefatos, que poderiam garantir a aceleração de sua vitória?Bem, o livro não descreve algo do tipo, mas é racionalmente possível que algo assim pudesse acontecer.
Como ficou aparente a grande vantagem dessa terceira proposta é a ideia de jogar no mesmo período que os ícones da história e amplia-la tornando-se também protagonistas do grande épico que se construiu, no caso do nosso exemplo se não fosse os nobres aventureiros que frustrassem os planos de Sauron conquistar grandes itens mágicos talvez as coisas fossem diferentes.
A grande desvantagem como falado no começo do post é a aparente sensação de cadeia e poucas possibilidades encontradas na linha cronológica.
Minhas Conclusões
Para mim senhores e senhoras o mais divertido dos três caminhos é o terceiro, apesar dos dois anteriores serem bem interessantes e não deixarem de trazer grande ideias, entretanto para mim a ideia de ajudar na construção de um grande épico e além disso ter a possibilidade de encontrar personagens como Gandalf é muito prazerosa.
Neste sentido a aparente falta de possibilidades, o clima pré-determinado e as limitações de um cenário devem ser encaradas não como defeitos ou obstáculos intransponíveis, mas sim como ferramentas e "temperos" que nos direcionam a um determinado sabor.
Afinal, como fã de algo e jogador de RPG meu desejo é viver e auxiliar imaginativamente uma história que admiro.
Vejamos isso exemplificando com o Senhor dos Anéis, nesta obra todas as grandes histórias aparentemente já foram contadas e a grande história do universo, está sendo vivida por Frodo e companhia, o que aparentemente não dá espaço para mais nenhuma história épica.
Contudo, as coisas podem ser um pouco diferentes se nos colocarmos para pensar e abandonarmos os dogmas e a ortodoxia que como fã podemos ter, desenvolvendo essa ideia cheguei a algumas propostas e a partir de agora apresentarei elas a vocês que me leem.
A Primeira Proposta
A minha primeira ideia seria narrar em um tempo muito longínquo daquele apresentado como o presente, no caso de Senhor dos Anéis, seria como narrar no início da segunda era, permitindo que os jogadores sejam grandes heróis de eventos importantíssimos, mas que o tempo apagou da memória dos grandes sábios.
A vantagem desse método é que os jogadores poderão participar de fato da história, as coisas do presenta só são do jeito que são graças, ao menos e parte, das atitudes deles e da forma com que eles enfrentaram os desafios que o destino apresentou a sua grande bravura.
A desvantagem é que mesmo com o espaço temporal existe ainda um vínculo forte com a cronologia original o que pode trazer para alguns aquela sensação de prisão, outra desvantagem é a dificuldade que outros têm de narrar em períodos de pouca informação ou de um passado muito distante e "ferir" o clima do cenário.
A Segunda Proposta
Existe também a possibilidade de narrar muitos anos a frente do presente apresentado pela obra, nesta perspectiva as páginas que se seguem estão em branco e de fato o narrador e o grupo podem viver aventuras de grande impacto no mundo do jogo.
A vantagem dessa perspectiva é a heterodoxia apresentada por ela, nada impede que narrador e jogadores mudem a geografia, adicionem novos inimigos, novas raças e novos poderes ao jogo, afinal tudo que ficou no passado passou e o futuro do cenário é completamente decidido por aqueles que contam a história durante o jogo.
A desvantagem que se tem é primeiramente a falta de direcionamento e o perigo de se perder o feelling do cenário, o que pode causar um desequilíbrio e transformar tudo em um circo, outra desvantagem é que a maioria dos jogadores que jogam um cenário como Senhor dos Anéis gostaria de jogar no período que a história principal ocorre ou ao menos das suas causas.
Terceira Proposta
Esta é a mais tradicional, mas que sempre é bom falar, trata-se da proposta resumida na frase "Não é porque não está escrito em tal livro que outro épico nunca aconteceu durante o maior evento". O que nos leva a conclusão de que pode-se falar de um épico durante o épico, por exemplo vamos usar novamente Senhor dos Anéis, já imaginaram se enquanto Frodo caminhava para destruir o Um Anel Sauron estivesse reunindo outros poderosos artefatos, que poderiam garantir a aceleração de sua vitória?Bem, o livro não descreve algo do tipo, mas é racionalmente possível que algo assim pudesse acontecer.
Como ficou aparente a grande vantagem dessa terceira proposta é a ideia de jogar no mesmo período que os ícones da história e amplia-la tornando-se também protagonistas do grande épico que se construiu, no caso do nosso exemplo se não fosse os nobres aventureiros que frustrassem os planos de Sauron conquistar grandes itens mágicos talvez as coisas fossem diferentes.
A grande desvantagem como falado no começo do post é a aparente sensação de cadeia e poucas possibilidades encontradas na linha cronológica.
Minhas Conclusões
Para mim senhores e senhoras o mais divertido dos três caminhos é o terceiro, apesar dos dois anteriores serem bem interessantes e não deixarem de trazer grande ideias, entretanto para mim a ideia de ajudar na construção de um grande épico e além disso ter a possibilidade de encontrar personagens como Gandalf é muito prazerosa.
Neste sentido a aparente falta de possibilidades, o clima pré-determinado e as limitações de um cenário devem ser encaradas não como defeitos ou obstáculos intransponíveis, mas sim como ferramentas e "temperos" que nos direcionam a um determinado sabor.
Afinal, como fã de algo e jogador de RPG meu desejo é viver e auxiliar imaginativamente uma história que admiro.




Bem interessante. Eu ficaria com a ideia do épico dentro do épico. No caso de O Senhor dos Anéis isso já foi até aproveitado no Game Third Age. Você controla personagens que passam pelos mesmos lugares que a comitiva passou e enfrentam mesmo alguns dos grandes vilões da história. Tem que haver um desprendimento maior com o que está escrito lá no livro...
ResponderExcluirvaleu Lukas pela participação acho que a ideia do épico dentro do épico é mais interessante mesmo e eu gradeço por informar o nome do jogo tava afim de saber!
ResponderExcluircara... jogar na terra média, seguindo realmente o clima dos romances não é nada fácil, você jogou uma luz sobre o assunto
ResponderExcluirvaleu pelo comentário cara e eu acho bem difícil mesmo sempre rola aquela pergunta será que eu to seguindo o clima?Mas a gente só consegue pegar a atmosfera lendo assistindo os filmes e jogando!
ResponderExcluirMuito bom o artigo!
ResponderExcluirEu particularmente prefiro jogar antes ou depois. Mas todas as abordagens são válidas. =)
De RPG na Terra-Média de Tolkien, o MERP usa a abordagem antes, mas bem antes, já que joga-se na metade da 3a Era (um tempo interessante). Já o Lord of the Rings RPG e o One Ring RPG ambos se passam entre O Hobbit e O Senhor dos Anéis, o que também é uma abordagem interessante.
Se considerarmos um eRGP, o Lord of the Rings: War in the North também dá boas idéias de como narrar um épico dentro do épico.
Uma outra idéia ótima do mesmo gênero também é considerar a guerra em Rhovanion (usada como base para o LotR:WitN II), simultânea com a Guerra do Anel, onde os homens de Rhovanion (incluindo Esgaroth e Valle), os elfos da Floresta das Trevas e de Lórien, e os anões de Erebor e das Colinas de Ferro se juntaram para enfrentar as forças do mal no norte (como comentado nos Apêndices). Essa guerra em Rhovanion é especialmente interessante pois é bem mais aberta a personagens de raças diferentes (homens, anões e elfos) e é pouco detalhada mas contou com a participação de grandes nomes (como Dáin Pé-de-Ferro, Brand de Valle, Thranduil, Celeborn, Galadriel e - se ignorarmos o filme - Haldir de Lórien). Os PJs podem ser grandes heróis, de renome, que participaram dessa batalha!
E claro, não posso me esquecer de Bard II e Thórin III Elmo-de-Pedra, que também são personagens importantes e lutaram na guerra de Rhovanion.
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