Este post ficou grande, pois eu não gostaria de dividi-lo em diversas partes para que a leitura não se tornasse fragmentada e a linearidade se diluísse, contudo, mesmo assim eu gostaria de mais uma vez compartilhar um pouco do cenário que desenvolvo desde 2009 com aqueles que acompanham o Falando de RPG, então sem mais delongas, aí vai.
HISTÓRIA RECENTE DE ERENOR
O
início da história recente de Erenor
Centro data de antes da formação das cinco cidades-reinos
da aliança e o seu tratado. Ela começa no surgimento, ascensão e
queda daquele que ainda é conhecido como o mais esplendoroso Império
que este continente já conheceu, Esloth, o império unido,
posteriormente renomeado para o império abissal.
Esloth foi formada pelos sobreviventes de
um reinado antigo e glorioso do norte chamado Kaulan. Os
nortistas não eram como os outros humanos, possuíam uma longevidade
incomum, se denominavam descendentes dos primeiros homens e
autoproclamavam-se Kaularianos fiéis.
Naquela época, até a chegada dos
nortistas, várias comunidades humanas se governavam a bel prazer
guerreando e estabelecendo a paz ao seu tempo, mas isso não durou
muito, pois o tempo e o poderio dos Kaularianos fez surgir à união
e os homens se agruparam sob a imponência de uma só bandeira.
Este povo travou guerras com as criaturas
do mundo e os seres odiosos, subjugaram e fizeram alianças,
demonstrando seu poderio e conquistando o vasto território. Não
demorou para que se associassem com os Anões em prol do comércio
lucrativo ou que os Elfos estabelecessem uma amizade distante, uma
vigia sobre os Kaularianos.
O esplendor do império nascente
conquistava quase todas as terras da superfície, causando admiração
nos Anões. Os Elfos se assustaram com tamanho poder que germinava e
fortificaram suas fronteiras, mas suas terras não interessavam aos
homens, que respeitaram o acordo feito e em meio a esta
perplexidade, surgiu Esloth.
Muitas raças viveram nos domínios do
reino e com o tempo até os Elfos se acostumaram com a grandeza e
passaram a ver os eslothianos como aliados.Nas
fronteiras de Esloth, podiam ser encontrados toda sorte de pessoas
pertencentes
a um dos
povos que hoje ainda andam neste vasto continente, o
que levou Esloth a ser chamado de Império Unido.
SEDE DE CONHECIMENTO
Esloth era governado com sabedoria e
bondade, um verdadeiro orgulho e legado de Kaulan, mas os anos se
passaram e a ambição sobreveio aos corações dos nobres. o
prestígio e o poder eram insuficientes e o que era herança
tornou-se aos olhos da casa real apenas uma caricatura mal feita de
um inalcançável passado glorioso.
Reunindo todos os místicos e sábios de
confiança, a casa real executou um ritual blasfemo que mudaria o
mundo como jamais fora visto antes. Enquanto sob o mar de estrelas a
cidade imperial repousava, eles ascenderam às chamas mágicas com
palavras de maldição e evocaram aqueles que estão para além do
limite do universo em busca do seu poder imensurável.
No início o pacto pareceu bom, pois tudo
era mais forte e belo. A mágica floresceu como nunca e Esloth
tornou-se a casa dos maiores ourives e ferreiros mágicos que este
mundo já conheceu. No entanto, o coração dos humanos pouco a pouco
enegrecia e murchava e a casa real abandonava a honra caindo nas
garras da maldade e da loucura.
Logo, a doença conhecida como Mácula
começou a se manifestar na aristocracia de Esloth, os humanos que
evocavam o pacto como fonte de poder eram tocados pelo abismo e logo
se transformaram em demônios. Houve uma crise conhecida como a
Contenta da Família, que culminou em alto pagamento pelo contrato
de corrupção. No primeiro alinhamento de planetas após o Pacto, um
portal foi aberto ligando o Abismo e Erenor, dele saíram os Lordes
Demoníacos que começaram a governar o império.
O Império de Esloth ficou conhecido como
Império Abissal e as criaturas do abismo fizeram da vida daqueles
que relutaram a adorá-las um inferno. O sol perdeu o brilho de sua
luz e as noites se tornaram mais longas, houve caça incessante, o
terror e o medo foram levados ao coração dos inocentes.
A sombra engolfou cada parte do que havia
sido construído ou feito para o bem, os demônios reis de Esloth
transformaram servos em escravos e seus soldados em mercenários
sedentos por destruição. As antigas bandeiras foram prostradas e
bandeiras vermelhas e negras foram erguidas para tremular em meio aos
céus cinzentos.
A verdadeira religião foi perseguida, os
adoradores de Arkel foram martirizados por onde que que os Espectros
Inquisidores os achassem. Muitos milhares foram feitos escravos, a
maioria Halfling e Humanos, e tantos outros indivíduos dos mais
diversos povos viveram sob o medo, esgueirando-se nos ermos como
proscritos.
Alguns humanos encontraram refúgio entre
Anões amigos, outros acabaram fugindo para os extremos desta terra
onde estranhamente encontraram outros humanos que por estarem
isolados eram livres do domínio do medo de Esloth. Neste período,
os meio-orcs nasceram, fruto do sadismo dos demônios reis que se
divertiam vendo Orcs abusarem de mulheres humanas. Os Troca Peles
foram descobertos e velaram por alguns dos Humanos, o que nem sempre
é lembrado.
Apenas os Elfos não auxiliaram os
Humanos, pois os magos de Esloth violaram e abusaram de sua floresta
tornando-a um lugar escuro e ressentido, ferida que até os dias de
hoje ainda não foi de todo curada por mais que alguns afirmem que a
existência de meio elfos demonstre o contrário.
UMA NOVA ESPERANÇA
Por décadas afins, os seres de bom
coração sofreram com as maldades provindas de Esloth, o crepúsculo
promovido pelo império infernal parecia não ter fim. Mas uma nova
esperança nasceu, quando um grupo de Clérigos recebeu sonhos e
visões reveladores da existência de um poderoso artefato capaz de
por um fim ao mal que vigorava. Ao final da primavera morta daquele
ano, um exército fora formado pelas mais diversas etnias humanas e
algumas centenas de ilustres indivíduos de outras raças.
No ano de 4 A. G, na margem oeste do
Grande Rio, entre os vales ocidentais das Montanhas da Lança o
Exército da Redenção se organizou e partiu, suas bandeiras
tremulavam ao vento desafiando os soldados de Esloth para a
derradeira batalha. Era chegada a hora da guerra que marcou para
sempre o destino do mundo.
Sangue e suor se misturaram, o brandir de
machados e espadas se mesclaram com o ruído de trovões. Sob as
nuvens negras ou o céu vermelho da noite, magias e feitiços se
confrontaram em duelos arcanos, enquanto orações e maldições se
digladiavam como se os anjos tivessem descido do céu para enfrentar
os demônios do abismo.
Enquanto isso, um grupo de bravos heróis
arriscou a vida cruzando o mundo até o extremo oeste dos Picos
Antigos para se apoderar do poderoso objeto divino profetizado, o
Selo Eternal. Eles enfrentaram desafios inimagináveis, mas voltaram
vitorioso, trazendo em suas mãos a certeza do triunfo.
Após meses de campanha, ao retornarem os
legendários aventureiros testemunharam a derrota iminente. Muitas
tropas já haviam caído e os batalhões perseverantes não
resistiriam muito, pois suas feridas eram profundas. Mas o que estava
na posse daqueles campeões era um artefato de poder extremo e os
ventos da mudança começaram a soprar.
O coração dos combatentes se encheu de
ânimo, milhares foram curados e outros muitos que estavam mortos
ressuscitaram sob influência do divino poder. O próprio céu
pareceu responder com vigor aquela graça e dissipou as nuvens negras
com poderosos raios de sol. Uma nova canção de guerra foi composta
naquele dia e seu refrão ainda ecoa escrito nas cidades-reinos ou
proclamado pelos integrantes do Exército da Aliança:
Para a Morte, pela Vida
Sob esta luz, a bondade jamais
esquecida
Vigorará na ponta da espada e na
conjurada magia
Para a Morte, pela Vida
Glória perpétua sobre a autoridade
sombria
Ante a esperança, que a maldade não
sobreviva
O Selo brilhou como estandarte de vitória
abrindo caminho entre os exércitos abissais. Machados, espadas,
lanças e encantamentos rompiam a carne maldita ferindo peito e
cabeça dos inimigos, enquanto a multidão do Exército da Redenção
gritava o nome de Arkel. Foi em meio a ultima batalha que a Aliança
germinou e os nomes das cinco cidades-reinos começaram a serem
proclamados, não como estados, mas como exércitos. A guerra tomava
os ares do fim e a vitória descansava agora nas mãos do que
posteriormente ficou convencionado a ser chamado de a Aliança dos
Povos Libertos.
No fim os demônios reis que comandavam
Esloth foram banidos pelo Selo Eternal que foi escondido, onde
ninguém dos dias de hoje sabe. Com o mal aprisionado para além do
universo novamente, os humanos distribuíram parte da terra que fora
o império, as chamando pelos nomes de seus exércitos. Ao todo
nasceram da Aliança dos Povos Livres cinco cidades-estados humanas,
governadas por aqueles que se mostraram os mais bravos e corajosos
nos tempos de tormenta as quais até hoje são chamadas de Aquerom,
Etunir, Perenor, Ernost e Ornost. Outras raças restabeleceram seus
territórios antigos e colonizaram outras terras em um novo tempo de
paz e prosperidade.
POEIRA, CINZAS E RUÍNAS
Por muito tempo a paz reinou entre as
cidades-reinos e um exército conjunto foi mantido por pessoas de
todas as nações, o chamado Exército da Aliança. Eles juravam
proteger o mundo da volta dos males antigos e estabeleceram como
regra de prática a Paz Vigilante. No decorrer de toda a Planície de
Sangue, o Exército torres de vigia para que as ruínas da antiga
capital no sul sempre estivessem em observação.
No entanto, os humanos tem vida curta e
as promessas e o fervor para com elas frequentemente morre com o
passar das gerações. Eles esqueceram dos votos de união e
fidelidade, a ganância se fez presente no coração dos Humanos e
as desavenças entre as cidades começaram a surgir. O Exército da
Aliança começou a se tornar uma força decadente e sorrateiramente
o mal que esgueirava-se nas sombras começou a ameaçar os mais
frágeis.
Assim, nas proximidades das Montanhas
Vermelhas, Etunir travou uma guerra com Perenor pelo controle dos
Pergaminhos Gêmeos, artefatos de uma sabedoria imensurável. No sul,
as ruínas da antiga capital imperial foram tomadas por uma força
maléfica inexplicável e as cidades-reinos Ornost e Ernost foram as
únicas que se prontificaram a continuar alimentando o Exército da
Aliança – com os piores tipos de pessoas que poderiam, na maioria
das vezes- em uma tentativa de conter o que estava para além das
Planícies de Sangue.
Aquerom, cidade-reino que ficou conhecida
como guardiã dos conhecimentos do mundo, sofreu com um grande
incêndio, fruto do ataque conjunto de tribos de orcs e goblins sob o
comando de um místico não-vivo chamado Necrom, o escuro, fato que
quase a levou à ruína por completo, o que só não aconteceu graças
ao Paladino Alarim e sua Lança do Sol.
O fato é que as cidades-reinos se
distanciaram umas das outras, sustentando apenas esparsas relações
comerciais. Apesar dos governantes serem em sua maioria de bom
coração, as antigas relações ficaram para trás e cada cidade
mais parece um ponto de luz perdido em meio ao mundo desconhecido que
cerca os povos de Erenor.
Por hoje é só!
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